Tirando aventureiras em festas animadas e recém-separadas desesperadas, a maioria das mulheres prefere os homens maduros. George Clooney e Zac Efron lado a lado… Até você que é homem sabe a melhor opção.

Além de toda a obviedade de que eles são mais bem-sucedidos (tiveram tempo pra isso), mais sabidos na arte do acasalamento (tiveram quilometragem pra isso) e mais charmosos com seus fios grisalhos (quem é que aguenta um topete com gel?), o que mais esses homens têm que enlouquecem tanto as mulheres dos 15 aos 75 anos? Veja bem, não falo de velhos. Se uma senhorita diz: “Tô saindo com um coroa”, as amigas suspiram de inveja e imploram: “Conta tuuuudo”. Mas se diz: “Tô pegando um veio ou um tiozão”, logo pensamos em golpe do baú ou em relação mal resolvida com o papi (às vezes até com o vovô).

Homens maduros sabem dar valor à única coisa que realmente importa para uma mulher. Não, não to falando de pagar a conta do restaurante e dar bons presentes e comprar bons assentos no concerto e convidar para viagens incríveis com tudo pago. Essas são as segundas e terceiras e quartas e quintas coisas mais importantes. Estou falando dele: o amigo clitóris.

Jovens rapazes estão enlouquecidos pra enfiar seus amiguinhos nas nossas amiguinhas antes que seus cérebros explodam. Jovens rapazes estão loucos para provar que seus membros aguentam horas e horas de amor sequencial (30% deles, o resto tem ejaculação precoce). Jovens rapazes, em sua maioria, estão sempre preocupados. Os coroas não, parecem ter alcançado um estado permanente de meditação. Têm seus ânimos e ansiedades e desejos mais lapidados, mais controlados, mais “de homem”. Eles apenas sorriem e sabem o que fazer com suas línguas e dedos. Como se o mundo parasse. O tempo ensinou ao homem maduro que nada é mais importante para a hombridade de um macho do que dar prazer para à sua fêmea. E que se dane as piruetas e o fôlego dos moleques.

Outra coisa tão importante quanto gozar (ou mais) para uma mulher é chorar. E o homem maduro sabe disso como ninguém. E ouve, e aconselha, e sabe, e acalma, e sorri com olhos vividos como se dissesse para nossas almas: “É, a vida é dura, mas eu tô aqui, baby”. Esse olhar, que só um homem com mais de 40 tem, vale por 1 milhão de barrigas tanquinho. E o homem maduro sabe também, diferente dos garotões, a hora de falar: “Bom, agora chega”, “você tá chata” ou “tá exagerando”. E isso, não contem para seus amigos, é uma das coisas que as mulheres mais gostam e precisam escutar. Alguém que freie a nossa histeria natural e nos auxilie na luta por um lugar no mundo dos seres sociáveis.

O homem maduro é aquele que, depois de uns anos fumando e outros gritando com mulheres loucas (e aprendendo finalmente a evitá-las), alcançou a voz meio rouca mas de timbre firme, aquela que nenhuma mulher aguenta ouvir vestida mesmo quando é recado no celular. Algo entre o Clive Owen e a voz robótica das pessoas que não querem se identificar no Fantástico.

Depois do decote e do salto alto, a maior arma de uma mulher contra um homem é o drama. Principalmente o que vem cheio de más intenções como: “Vou fazê-lo se sentir culpado ao ponto de me paparicar muito”. E, homens maduros, ah esses seres terríveis… Eles não caem mais nessa armação covarde e juvenil de toda e qualquer moça apaixonada. Eles te aturam chorar por motivos razoáveis e sabem aliviar dores existencialistas, mas definitivamente não compram dramas e não cedem carinho em barganhas emocionais. E aí, não nos resta outra coisa a não ser fazer algo que dói muito mais – mas é bom demais: crescer.

Homens maduros são inesquecíveis. Algumas têm a sorte de fisgar logo o primeiro coroa. Outras têm a sorte de continuar encontrando vários pelo mundo.

Tati Bernardi é autora de A Mulher que Não Prestava. Escreva para ela: tatibe@uol.com.br